sábado, 16 de julho de 2011

Devassa, o estigma

“as dificuldades de nossa época deixariam de existir se as pessoas se decidissem simplesmente a fazer tudo aquilo que personalidades eminentes sugerem”. Adorno




O Tema em questão a ser analisado neste comercial da Sandy e a cerveja é o estigma.


Entendo que neste contexto do comercial, a abordagem ficou a cerca da mulher; mulher objeto, mulher na condição de posse, mulher x fantasia x virgindade, no sentido de cobiça, apropriação, antropofagismo masculino, reproduzindo os valores cristãos/ judaicos.


Ao pensarem o comercial, os publicitários preocuparam-se em comunicar a compra do objeto cerveja, usando a idéia de compra da mulher desejada, a ex-puritana.


Sandy é uma personalidade que pode falar a todos os públicos, seja pela articulação verbal ou pela sua própria imagem. Crianças cresceram escutando, dançando e desejando ser a menina bonita, puritana e boazinha, firmando muito a imagem de que beleza e o bom mocismo é sinônimo de sucesso. Estas mesmas crianças, hoje são adultos e querem continuar a experimentar receitas desta posição, sobretudo esquecessem-se de que a propaganda em questão é um produto da indústria cultural. Além disso, a mesma, uma proposta dúbia, nos sugere uma condição que explora o desejo, a libido, o sensual.


Uma maneira de explorar a abordagem critica a cerca do assunto é através da mídia independente e também pela análise critica dentro da sala de aula.


Nós, professores, somos fontes de informação e reprodução de uma visão de mundo conservadora ou libertária. Depende de qual ideologia assumimos. Sendo assim, podemos comunicar aliando-se ao desejo da “máquina de produções”, reforçando o objetivo da mesma. Trazer toda a abordagem e contexto da propaganda para ser analisada, contribuindo assim na formação de jovens analíticos e críticos, que construam a sua imagem de acordo com personalidade, e não seja conduzida pelo modismo da mídia. Penso que o ponto de partida é a apropriação dos conceitos de valores. Desta forma poderemos formar jovens que entendam que podem se apropriar de uma forma de compra de produtos contrapondo a ideia da necessidade social de consumos exacerbados, tornando-se incapazes de decidir conscientemente.










[...] “A reflexão recusa os ‘fatos dados’, nega as práticas padronizantes e seus fundamentos ‘auto-evidentes’, filosóficos, ideológicos e sociais, e pressupõe para o indivíduo um potencial de mudança, uma diferenciação essencial entre sujeito e objeto. O sujeito luta dentro e contra suas condições sociais e existenciais e suas condições conceituais, emocionais e éticas, em um processo dialógico, em que são questionados o domínio predominante do auto-evidente e de sua própria existência, sua presente constituição e metas.


O nosso compromisso é com o diálogo e contra a padronização do ser humano. Objetos podem ser padronizados, seres humanos não. Precisamos portanto, reforçar os potenciais reflexivos do sujeito contra o auto-evidente, contra toda prática de padronização do ser humano, seja formal ou informal, em escolas e nas interações sociais e culturais, pois o ser humano é aquele capaz de reflexão, responsabilidade e transcendência [...]” (CARMO, 2002)


Hoje em dia somos dominados pelo 4º poder, A MÍDIA. Esta posto que este poder seja uma relação de um pequeno grupo os qual fazem parte as elites, branca e machista, que possuem uma visão de mundo no qual vinculam ideologias de possibilidades de escolhas para as varias camadas sociais que são enganadas, quando acreditam nesta possibilidade, sobretudo existe uma concorrência de público, e uma maneira de pontuar isso é trazer celebridades e situações de vida nas quais o publico ingênuo querem fazer parte. Instigando estas vontades e preferências o público ingênuo acaba comprando a falsa ideia de que aderindo a proposta do produto possam fazer parte deste grupo “bem sucedido”.


Uma maneira da escola sobrepor esta formação medíocre de comunicação de nossos jovens é apostar nas novas tecnologias. Que pode ter o papel, para construção de um público autônomo, capaz de resistir à indústria cultural. A escola precisa suscitar a reflexão a cerca da mídia e não trazer e pontuar soluções prontas.


Apostando nas novas possibilidades de tecnologias de comunicação e informação, o jovem poderá interagir versando uma nova em face de indústria cultural, a qual deixará de ser unilateral para ser participativa universalizando sem totalizar.






Fonte: Youtube

A verdadeira devassa – interação do público


http://youtu.be/trOPy9__uYQ

http://youtu.be/wZnu3vkBSJU

http://youtu.be/X0fqZALSEMU

http://youtu.be/rwB9fBxMsBQ


http://youtu.be/K0JsI5xgB68

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